Era para ser só uma forma (fôrma!), um framework genérico, um espaço que me ajudasse a organizar, estudar e avaliar métodos e ferramentas.
A certidão de nascimento foi apresentada em agosto de 2018:
O nome dos quadrantes é o mesmo até hoje: Descoberta, Exploração, Desenvolvimento e Entrega. Do rabisco derivei uma versão mais bonitinha:
A edição colorida foi tão útil que só a aposentei agora, cinco anos depois. Além de novos entendimentos, o modelo pedia por uma roupa nova (céus!).
Além de aplicações mais valiosas - como guiar o desenho de um método de trabalho - eu usei e abusei dessa matriz para “falar mal dos métodos ágeis”. Porque eles tendem para a direita (da matriz), maltratando ou simplesmente ignorando os trabalhos de Descoberta e Exploração1. É por isso que toda modinha que parecia cuidar disso (Business Model Canvas, Sprint do Google etc.) virava panaceia. Haja carência!
Peguei carona no OODA para dar um pouco de sustentação para a proposta:
Mas, veja bem, eu nunca tinha visto o laço descoberto2 pelo piloto John Boyd distribuído numa matriz 2x2. Muito menos numa matriz que separasse espaço (estrutura, do concreto ao abstrato) e tempo (dinâmica, da análise à síntese). De onde tirei essa matriz? Me inspirei nos trabalhos dos vovôs do Scrum, Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi3.
Observação e Ação - Descoberta e Entrega - só podem ocorrer aqui no mundo real. No concreto.
Orientação e Decisão - Exploração e Desenvolvimento - ocorrem em nossas cabeças. São abstrações.
O modelo deveria ser só isso mesmo, uma forma de entender, desenhar e apresentar os mais diversos métodos e ferramentas. Mas eu comecei a tropeçar em coincidências. Diversas coincidências.
E comecei a acreditar que esse modelo poderia ir além do que eu havia imaginado inicialmente.
[continua]
Evidências: começamos a falar de Continuous Discovery uns bons dez anos depois do Continuous Delivery; no Kanban, o upstream também chegou bem depois do downstream. Enfim, andamos de trás para frente. Tanto que já tem gente sugerindo a volta dos que não foram, de métodos waterfall. Quanta falta a ciência faz!
Sim, OODA é uma descoberta. Não é uma invenção.
Particularmente do Gestão do Conhecimento (Bookman, 2004).