Interlúdio
Acho que o empurrão definitivo veio dessa gente sem noção que acha que é uma boa ideia terceirizar os escritos que merecem ser lidos para inteligências sem vida. Me permita o contraditório. Me deixa zombar das decorebas de máquina.
Em novembro saíram, sem esforço nem ajudinha de algoritmos, onze posts. Eu não escrevia assim há muito, muito tempo. Não sei explicar o hiato. Ainda mais quando penso nessa sensação pra lá de boa que vem toda vez que eu simplesmente jogo e ordeno umas ideias aqui.
“Você escreve para você mesmo”, ensina Zinsser1. E toda vez que tento driblar essa regrinha acabo cuspindo um texto ruim. E demorando muito mais.
“Seja você mesmo!”, prega Zinsser. Ainda que isso signifique um texto um pouquinho menos limpo.
A mágica acontece quando esse exercício solitário e individualista serve como desculpa ou estopim para um bom papo de botequim.
Como Escrever Bem, William Zinsser (Três Estrelas, 2017).