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FAN Recall | Rewind | Reload?
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FAN Recall | Rewind | Reload?

18 anos em 5'44". Visão, Requisitos e uma ideia.
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Usei o NotebookLM da Google para gerar o áudio. Subi um abandonado manuscrito (Fev/2009), o blog “legado” (finito 2004~2020) e duas versões da apostila do FAN, de 2013 e a última, de 2023. Não encomendei o (exagerado) sotaque carioca da moça sem nome nem o tom grave de seu parceiro igualmente anônimo.

O bate-papo artificial serviu como quebra-gelo nos dois encontros que aconteceram na última terça-feira, 17 de junho. Funcionou.

Em tempo: a desculpa para os encontros foi a celebração dos 18 anos do FAN, programa para a Formação de Analistas de Negócios que me permitiu conhecer um monte de gente boa enquanto rodava o Brasil. Além, claro, de possibilitar o compartilhamento de algumas sugestões sobre como entender organizações e organizar esses entendimentos1.

Segundo Raphael Albino, foi um encontro “intimista”. Não era essa a intenção. Mas funcionou. Alguns depoimentos me deixaram mais sem graça do que centroavante bem pago quando perde um gol “feito”.


Visão e Requisitos

Saulo, na turma da manhã, queria saber ou confirmar se os Analistas de Negócios ainda existem. No mundo dele, startups e afins, não há nem sombra. Assim como anda sumida, ainda segundo o Saulo, uma visão mais completa (sistêmica?) e coesa do negócio em questão e seu ambiente2. Lá eu economizei a simetria da ignorância3. Aqui eu posso destacá-la. Lembrando que ANs bem formados devem fazer daquele conjunto de “ignorâncias e entendidos bem distribuídos” uma bela base de conhecimentos4.

Na turma da noite, ao se deparar com o rabisco acima, Raphael destacou que é o tipo de trabalho que não existe mais — esse zelo com a principal matéria-prima de produtos e projetos. Cezar Taurion, no LinkedIn, passou pelo mesmo tema:

[…] a dificuldade em capturar, entender e estabilizar requisitos, a matéria-prima do trabalho de desenvolvimento, continua como um desafio central. As ferramentas evoluíram, mas a complexidade inerente à comunicação e à definição precisa do que deve ser construído continua idêntica.

Tem tempo que eu tento aposentar o termo requisito5. Podemos trocá-lo por história ou hipótese. Mas eu acho que se fôssemos mais diretos

  • Necessidades

  • Vontades

  • Restrições

nós, nossos produtos e projetos seríamos mais claros, inteligíveis e felizes6.


Vontade

O fato é que esse papo todo, a revisita ao legado e os reclames destacados acima me deixaram com uma vontade danada de conversar sobre isso tudo de novo. Junta isso com uma dificuldade igualmente danada de vender o Pensamento Sistêmico e, pimba!, por que não?

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Restrições

“Pra vender para pessoas físicas você tem q tá no Insta e fazer umas dancinhas nos tik-toks da vida…”

“Esse povo não estuda mais. Querem o diploma ou certificado, só isso.”

“Essa turma não gosta de coisas difíceis - tem que ter um atalho…”

“Agora que as IAs têm todas as respostas na ponta da língua, quem vai querer estudar?”7

Sem demagogia, eu não compro esses vaticínios8. Está claro que tem um monte de gente retratada ali. Mas está longe de ser TODA a população. Acredito que ainda seja possível encontrar o pacote programa-preço-discurso-público-canal que viabilize o Curso de Pensamento Sistêmico e seus derivados. Está aqui um belo problema “selvagem” pedindo para ser abordado sistemicamente. Quer um teste mais instigante?

Cotação

A etapa mais crítica de qualquer projeto é aquela onde definimos o que precisa ser feito. Nenhuma compromete tanto um projeto quando mal executada. Nenhuma é mais difícil de ser corrigida.

-Fred Brooks9

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1

Pois é, inaugurando nova fase síntese máxima, zipado no último,
“Low Noise High Output” — Não perca o próximo post!

2

Como o evento não foi gravado e não contamos com um taquígrafo, preciso dizer que não me lembro das palavras exatas usadas pelo Saulo. Sorry.

3

O professor e designer alemão Horst Rittel, de quem eu fico cada vez mais fã, afirmava que em qualquer debate sobre problemas complexos (ou selvagens!?*) sempre haverá simetria entre as ignorâncias e conhecimentos ali presentes.

*Eu ia escrever sobre os Problemas Domados e Selvagens hoje. Mas o Recall|Rewind|Reload furou a fila.

5

Pois é, pretensão pouca é bobagem.

6

E é sempre bom lembrar que Requisitos Funcionais e Requisitos Não-funcionais, para o bem da economia e da comunicação eficaz, poderiam ser tratados como FUNÇÕES e ATRIBUTOS.

7

Respondendo: [vai querer estudar] quem entender a máxima do Picasso:

”Computadores são inúteis: eles só podem te dar respostas.”

8

Profecias. Sorry.

9

A cotação, com mínimas variações, foi utilizada na abertura de todas as edições do FAN. Pelo que vimos, segue atualíssima.

Trata-se de uma adaptação de um trecho do famoso artigo No Silver Bullet — Essence and Accident, de Fred Brooks. O artigo aparece como o capítulo 16 da edição especial do livro O Mítico Homem-Mês (AltaBooks, 2018). A edição original, em inglês, é de 1975. A edição especial saiu em 1995. O artigo em questão é de 1986. Você precisava saber disso?

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